quarta-feira, 11 de março de 2020

TAXONOMIA – A CIÊNCIA DA ORDEM NA DIVERSIDADE


Taxonomia é o processo que descreve a diversidade dos seres vivos. Esse processo é feito usando artifícios como a classificação e nomenclatura. A classificação consiste em colocar os indivíduos em grupos com base em alguns critérios. A nomenclatura dá nome aos indivíduos e aos grupos a que eles pertencem. Por isso cada pedaço agrupado desses indivíduos, sejam eles grupos grandes ou um só indivíduo, é chamado de táxon.”


Registrado no francês como taxonomie, como mostra do trabalho do botânico suíço Augustin Pyrame de Candolle, publicado em 1813 -Théorie élémentaire de la botanique-, atuando como um neologismo baseado no grego taxis, que se refere à ideia de ordem ou classificação, e -nomos associado ao verbo nemein, que indica a ação de administrar, com raiz no indo-europeu nem-, indicando a tarefa de atribuir ou localizar.
Deste modo, o termo taxonomia faz referência às regras empregadas na ordenação.
O conjunto de seres vivos é organizado segundo algumas regras. Na terminologia da biologia, a palavra táxon é usada para mencionar um grupo de organismos que apresentam certo grau de semelhança.
Com os primeiros filósofos gregos o conhecimento em geral abandonou os critérios mitológicos. O caminho do logos significou o primeiro passo para o desenvolvimento da atividade científica posterior. Em todas as ordens do saber surgiu a necessidade de organizar o mundo com critérios racionais.       
No século IV a. C Aristóteles foi o primeiro cientista a apresentar uma classificação do mundo natural. As plantas foram divididas em dois grandes grupos: com flores e sem flores.
O mundo animal foi organizado por sua vez em dois: aqueles que têm sangue e os que não têm.
Um de seus discípulos, Teofrasto, classificou as plantas a partir de seus processos de crescimento e determinou a presença de três níveis diferenciados: ervas, arbustos e árvores.
O modelo aristotélico permaneceu invariável durante vinte séculos. No século XVIII, o naturalista sueco Carl von Linné, em português Carlos Lineu, introduziu categorias taxonômicas mais específicas. Concretamente, organizou os seres vivos com critérios que vão do geral para o particular. Assim, propôs o seguinte esquema: reino, filo, classe, ordem, família, gêneroe espécie.
Por outro lado, dedicou-se a dois grandes reinos: Animalia e Plantae. Da mesma forma, com o propósito de evitar confusões terminológicas atribuiu um nome específico a cada espécie. Se tomarmos como referência o gênero Canis, há três espécies concretas: Canis lupus, Canis familiaris e Canis latrans. Em outras palavras, cada espécie tem seu nome e sobrenome.
A denominação empregada na taxonomia proposta por Lineu foi realizada em latim, a língua mais habitual para os tratados científicos até o século XVIII. Seu modelo segue sendo usado na atualidade com algumas variações específicas.
Tendo isso em vista, torna-se possível melhor abordar o conceito da taxonomia.
Existem pessoas que trabalham apenas para identificar e nomear espécies - os botânicos (no caso das plantas) e os zoólogos (no caso dos animais) e são chamados sistematas. É muito importante para a ciência que todos os seres vivos sejam identificados, ou não seria possível estudá-los. A ciência agrupa os seres vivos conforme as características que eles apresentam em comum. Como num jogo de encaixar, cada grupo possui um subgrupo, o qual possui outro subgrupo, e a cada divisão as similaridades ficam cada vez mais acentuadas. 
Os táxons são categorias usados no sistema de classificação dos seres vivos. São eles:
-Domínio;
-Reino;
-Filo;
-Classe;
-Ordem;
-Família;
-Gênero;
-Espécie.                            
    
                   A Taxonomia, até por sua complexidade, tem uma série de regras estabelecidas. São as principais:
        I. Todos os nomes científicos devem ser escritos em latim; se derivarem de outra língua, deverão ser latinizados.
        II.  Os termos que indicam gênero até reino devem ter inicial maiúscula;
            III. O gênero é sublinhado ou escrito em itálico.
            IV.    O primeiro termo indica o gênero

   V. O segundo nome, o termo específico, escrito com inicial minúscula (se representar uma homenagem a alguém importante do país onde foi descrita a espécie, aceita-se o uso da inicial maiúscula).
  VI. A nomenclatura de uma subespécie (populações da mesma espécie geograficamente isoladas, que podem, no futuro, formar novas espécies) é trinominal (trinomial).
      VII.   A designação do subgênero aparece entre o gênero e o termo específico, entre parênteses, com inicial maiúscula:
    VIII. Se o autor da descrição de uma espécie for mencionado, seu nome (por extenso ou abreviado) deve aparecer em seguida ao termo específico sem pontuação.
   IX. Quando uma espécie é transferida de um gênero para outro ou muda-se o gênero, o nome do autor da primeira classificação é colocado entre parênteses.
Além destas, temos a Lei de Prioridade. O princípio da prioridade define que o primeiro nome registrado dado ao indivíduo é o válido e o que deve ser usado. Esse primeiro indivíduo analisado é considerado o indivíduo holótipo. Lectótipo é o indivíduo escolhido dentre um grupo; neótipo é o nome dado o espécime que é colocado para substituir o holótipo em caso de perda; parátipos são os espécimes adicionais usados para a descrição.
Para melhor caracterizar as divisões, alguns tópicos essenciais – os denominados “caráteres taxonômicos”. São eles os caráteres merísticos (aqueles com relação às estruturas externa do corpo como por exemplo número de membro, de escamas etc.); caráteres morfométricos (as medidas de largura, comprimento e diâmetro de estruturas corporais como por exemplo diâmetro dos olhos, comprimento da cabeça. A determinação desses caráteres pode não ser tão precisa por depender de técnicas que correm risco de erros. Outro detalhe é a variação das medidas ao longo do desenvolvimento dos seres (alometria)); caráteres anatômicos (estudam a anatomia dos indivíduos a serem classificados. Isso inclui o esqueleto, órgãos, músculos, vasos sanguíneos etc.) e os caráteres moleculares (são o DNA (tanto nuclear quanto mitocondrial) e RNA dos indivíduos).
Fontes e adaptações de texto disponíveis em:



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