segunda-feira, 23 de março de 2020


         

           GRAM-POSITIVA VS GRAM-NEGATIVA: MÉTODO DE GRAM

     Hans Christian Gram, um patologista dinamarquês, estudou e convencionou sua técnica para corar bactérias, a denominada coloração Gram, em 1884, quando experimentalmente corou lâminas contendo esfregaços com violeta de genciana e percebeu que, se previamente fossem tratadas com iodo, as bactérias existentes nestes esfregaços uma vez coradas não desbotavam com álcool,
        Para aprimorar o método, adicionou outros corantes denominados “contra-corantes”, como safranina e fucsina básica.
       Desta maneira, percebeu que as bactérias contidas no esfregaço podem ser classificadas como Gram-positivas (aproximadamente de cor roxa) ou Gram-negativas (aproximadamente de cor vermelha), dependendo da parece celular desta bactéria.
       Se for estruturalmente mais “simples” a coloração será a do quadrante positivo, se for estruturalmente mais “complexa” será do quadrante negativo.
       As bactérias Gram-positivas retêm o cristal violeta devido à presença de uma espessa camada de peptidoglicano (polímero constituído por açúcares e aminoácidos que originam uma espécie de malha na região exterior à membrana celular das bactérias) em suas paredes celulares, apresentando-se na cor roxa.
       Já as bactérias Gram-negativas possuem uma parede de peptidoglicano mais fina que não retém o cristal violeta durante o processo de descoloração e recebem a cor vermelha no processo de coloração final.

       Desde o trabalho original de Hans Gram, vários pesquisadores buscaram determinar o mecanismo envolvido no método de coloração. 
       Conceitos diversos têm sido apresentados, como aexistência de um substrato Gram-positivo e específico; as bactérias Gram-positivas e Gram-negativas possuiriam diferentes afinidades com o corante primário cristal de violeta; e a existência de diferentes graus de permeabilidade na parede dos microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos, sendo esta última mais aceita atualmente.
       Tanto a espessura da parede celular, quanto as dimensões dos espaços intersticiais, por exemplo,“diâmetro do poro”, parecem ser determinantes do resultado final da coloração de Gram.
A fins de curiosidade, para preparar os corantes de Gram, é preciso:
• 1 béquer de 500 ml;
• 1 béquer de 1 litro;
• 1 balança gramatária ou eletrônica;
• 2 bastões de vidro;
• 1 proveta de 200 ml;
• 1 proveta de 500 ml;
• 1 espátula ou uma colher de café;
• violeta-de-metila;
• álcool etílico (99,5º Gay-Lussac)
• álcool metílico (99,5º Gay-Lussac)
• axalato de amônia;
• iodeto de potássio;
• iodo metálico;
• safranina; e
• água destilada
É possível estabelecer um passo a passo relativamente simples da aplicação prática da metodologia de Gram:
·        Cubra o esfregaço com violeta-de-metila e logo após deixe por aproximadamente 15 segundos;
·        Adicione igual quantidade de água sobre a lâmina coberta com violeta-de-metila e então deixe agir por mais 45 segundos;
·        Escorra o corante e lave em um filete de água corrente; Cubra a lâmina com lugol diluído (1/20) e deixe agir por aproximadamente 1 minuto;
·        Escorra o lugol e lave em um filete de água corrente;
·        Adicione álcool etílico (99,5º GL) sobre a lâmina; descorando-a, até que não desprenda mais corante;
·        Lave em um filete de água corrente;
·        Cubra a lâmina com safranina e deixe agir por aproximadamente 30 segundos;
·        Lave em um filete de água corrente;
·        Deixe secar ao ar livre, ou seque suavemente com o auxílio de um papel de filtro limpo;
·        Visualize no microscópio. Logo após leia em objetiva de imersão (100 X).


        Esta metodologia irá ajudar na identificação de uma infecção bacteriana, determinando qual é o tipo de bactéria, permitindo, por exemplo, ao médico determinar um tratamento eficaz ao paciente, dessa forma aplicando a terapia adequada em cada caso.
      Apesar de que nem todas as bactérias possam ser diferenciadas através da coloração de Gram, com certeza a metodologia tem grande aplicação no diagnóstico clínico e pesquisa biológica.

  É possível pôr em “prática” este método na simulação a seguir: https://www.brainpop.com/games/virtuallabsgramstaining/

GRAM-POSITIVA
GRAM-NEGATIVA
Peptídeoglicano (MUREÍNA)
Peptídeoglicano (MUREÍNA)
Membrana citoplasmática                      
Membrana citoplasmática                      
Ausência de membrana externa
Membrana externa, espaço periplasmático  
Mais espessa e rígida, mais simples
Menos espessa, mais complexa
Presença de proteínas, lipídeos e ácido teicóico
Fosfolipídios, lipoproteínas, lipopolissacarídeos (LPSs)
Aderência (ácido lipoprotéico)
Patogenicidade (LPS)



        Entre as funções da membrana plasmática em bactérias, podemos destacar a permeabilidade, a função de âncora para Proteínas, de produção de energia e como sistema de Transporte (Transporte Simples, Translocação de Grupos, Transporte ABC)


REFERÊNCIAS


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