GRAM-POSITIVA VS GRAM-NEGATIVA: MÉTODO DE GRAM
Para aprimorar o método, adicionou outros corantes
denominados “contra-corantes”, como safranina e fucsina básica.
Desta maneira, percebeu que as bactérias contidas no
esfregaço podem ser classificadas como Gram-positivas (aproximadamente de cor
roxa) ou Gram-negativas (aproximadamente de cor vermelha), dependendo da parece
celular desta bactéria.
Se for estruturalmente mais “simples” a coloração será
a do quadrante positivo, se for estruturalmente mais “complexa” será do
quadrante negativo.
As bactérias Gram-positivas retêm o cristal violeta
devido à presença de uma espessa camada de peptidoglicano (polímero constituído
por açúcares e aminoácidos que originam uma espécie de malha na região exterior
à membrana celular das bactérias) em suas paredes celulares, apresentando-se na
cor roxa.
Já as bactérias Gram-negativas possuem uma parede de
peptidoglicano mais fina que não retém o cristal violeta durante o processo de
descoloração e recebem a cor vermelha no processo de coloração final.
Desde o trabalho original de Hans Gram, vários
pesquisadores buscaram determinar o mecanismo envolvido no método de coloração.
Conceitos diversos têm sido
apresentados, como aexistência de um substrato Gram-positivo e específico; as
bactérias Gram-positivas e Gram-negativas possuiriam diferentes afinidades com
o corante primário cristal de violeta; e a existência de diferentes graus de
permeabilidade na parede dos microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos,
sendo esta última mais aceita atualmente.
Tanto a espessura da parede celular, quanto as
dimensões dos espaços intersticiais, por exemplo,“diâmetro do poro”, parecem
ser determinantes do resultado final da coloração de Gram.
A fins de curiosidade, para preparar os corantes de
Gram, é preciso:
• 1 béquer de 500 ml;
• 1 béquer de 1 litro;
• 1 balança gramatária ou
eletrônica;
• 2 bastões de vidro;
• 1 proveta de 200 ml;
• 1 proveta de 500 ml;
• 1 espátula ou uma colher
de café;
• violeta-de-metila;
• álcool etílico (99,5º
Gay-Lussac)
• álcool metílico (99,5º
Gay-Lussac)
• axalato de amônia;
• iodeto de potássio;
• iodo metálico;
• safranina; e
• água destilada
É possível estabelecer um passo a passo relativamente
simples da aplicação prática da metodologia de Gram:
·
Cubra o esfregaço com violeta-de-metila e
logo após deixe por aproximadamente 15 segundos;
·
Adicione igual quantidade de água sobre a
lâmina coberta com violeta-de-metila e então deixe agir por mais 45 segundos;
·
Escorra o corante e lave em um filete de
água corrente; Cubra a lâmina com lugol diluído (1/20) e deixe agir por
aproximadamente 1 minuto;
·
Escorra o lugol e lave em um filete de água
corrente;
·
Adicione álcool etílico (99,5º GL) sobre a
lâmina; descorando-a, até que não desprenda mais corante;
·
Lave em um filete de água corrente;
·
Cubra a lâmina com safranina e deixe agir
por aproximadamente 30 segundos;
·
Lave em um filete de água corrente;
·
Deixe secar ao ar livre, ou seque
suavemente com o auxílio de um papel de filtro limpo;
·
Visualize no microscópio. Logo após leia em
objetiva de imersão (100 X).
Esta metodologia irá ajudar na identificação de uma
infecção bacteriana, determinando qual é o tipo de bactéria, permitindo, por
exemplo, ao médico determinar um tratamento eficaz ao paciente, dessa forma
aplicando a terapia adequada em cada caso.
Apesar de que nem todas as bactérias possam ser
diferenciadas através da coloração de Gram, com certeza a metodologia tem
grande aplicação no diagnóstico clínico e pesquisa biológica.
É possível pôr em “prática” este método na simulação a
seguir: https://www.brainpop.com/games/virtuallabsgramstaining/
GRAM-POSITIVA
|
GRAM-NEGATIVA
|
Peptídeoglicano
(MUREÍNA)
|
Peptídeoglicano
(MUREÍNA)
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Membrana
citoplasmática
|
Membrana
citoplasmática
|
Ausência
de membrana externa
|
Membrana
externa, espaço periplasmático
|
Mais
espessa e rígida, mais simples
|
Menos
espessa, mais complexa
|
Presença
de proteínas, lipídeos e ácido teicóico
|
Fosfolipídios,
lipoproteínas, lipopolissacarídeos (LPSs)
|
Aderência
(ácido lipoprotéico)
|
Patogenicidade
(LPS)
|
Entre as funções da membrana plasmática em bactérias,
podemos destacar a permeabilidade, a função de âncora para Proteínas, de produção
de energia e como sistema de Transporte (Transporte Simples, Translocação de
Grupos, Transporte ABC)
REFERÊNCIAS
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