DOENÇA DE CHAGAS
A
Doença de Chagas é causada pelo protozoário parasita Trypanosoma cruzi
que é transmitido pelas fezes de um inseto (triatoma) conhecido como barbeiro.
Ou seja, a doença não se transmite pela picada do barbeiro, e sim quando fezes
contaminadas pelo Trypanosoma cruzi penetram no orifício da picada do
inseto.,
O inseto
de hábitos noturnos vive nas frestas das casas de pau-a-pique, ninhos de
pássaros, tocas de animais, casca de troncos de árvores e embaixo de pedras.
O
nome do parasita e da doença foi dado por seu descobridor, o cientista Carlos
Chagas, em homenagem também a Oswaldo Cruz.
A
doença não é transmitida ao ser humano diretamente pela picada do inseto, que
se infecta com o parasita quando suga o sangue de um animal contaminado,
geralmente gambás ou pequenos roedores. A transmissão em si ocorre quando a
pessoa coça o local da picada e as fezes eliminadas pelo barbeiro penetram pelo
orifício que a picada deixou.
A
transmissão pode também ocorrer por transfusão de sangue contaminado e por meio
da gravidez. No Brasil, foram registrados casos da infecção transmitida por via
oral nas pessoas que tomaram caldo-de-cana ou comeram açaí moído.
Entre
os sintomas podemos citar febre, mal-estar, inflamação e dor nos gânglios,
vermelhidão, inchaço nos olhos, aumento do fígado e do baço. Não é incomum que
a febre desapareça depois de alguns dias e a doença passe aparentemente
despercebida, muito embora o parasita já esteja alojado em seus órgãos.
Como
nem sempre os sintomas são perceptíveis, o indivíduo pode saber que tem a
doença anos depois de ter sido infectado, ao fazer um exame de sangue de rotina,
por exemplo.
Meningite
e encefalite são complicações graves da doença de Chagas na fase aguda, mas são
raros os casos de morte.
O
período de incubação vai de cinco a 14 dias após a picada e o diagnóstico é
feito através de um exame de sangue, que deve ser prescrito, principalmente,
quando um indivíduo vem de zonas endêmicas.
Ao
cair na circulação, o Trypanosoma cruzi afeta os gânglios, o fígado e o
baço. Depois se destina ao coração, intestino e esôfago.
Nas
fases crônicas, pode haver destruição da musculatura e a consequente flacidez
provoca aumento desses três órgãos, o que causa complicações como cardite
chagásica (aumento do coração), megacólon (aumento do cólon) e megaesôfago,
cujo principal sintoma é a regurgitação dos alimentos ingeridos.
Essas
lesões são definitivas e irreversíveis. A doença de Chagas pode não provocar
lesões importantes em pessoas que apresentem resposta imunológica adequada, mas
pode ser fatal para outras.
A
medicação é prescrita sob acompanhamento médico devido aos efeitos colaterais
que provoca, e deve ser mantida por, no mínimo, um mês.
O medicamento
costuma ser efetivo na fase aguda da doença, enquanto o parasita está
circulando no sangue. Na fase crônica, não compensa utilizá-lo mais e o
tratamento é direcionado às manifestações da doença a fim de controlar os
sintomas e evitar as complicações.
Não
existe vacina para a doença de Chagas, logo os cuidados devem ser redobrados
nas regiões onde o barbeiro ainda existe, como no norte de Minas Gerais, e em
algumas áreas do nordeste da Bahia. Outras recomendações como a lavagem
cuidadosa da cana-de-açúcar antes da moagem e a mesma precaução deve ser tomada
antes de o açaí ser preparado para consumo e as de que portadores do parasita,
mesmo que sejam assintomáticos, não podem doar sangue devem ser seguidas.
Manter
o inseto transmissor afastado do convívio humano é a única forma de erradicar a
doença de Chagas.
Referências
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