segunda-feira, 30 de março de 2020


DOENÇA DE CHAGAS

A Doença de Chagas é causada pelo protozoário parasita Trypanosoma cruzi que é transmitido pelas fezes de um inseto (triatoma) conhecido como barbeiro. Ou seja, a doença não se transmite pela picada do barbeiro, e sim quando fezes contaminadas pelo Trypanosoma cruzi penetram no orifício da picada do inseto.,  
O inseto de hábitos noturnos vive nas frestas das casas de pau-a-pique, ninhos de pássaros, tocas de animais, casca de troncos de árvores e embaixo de pedras.

O nome do parasita e da doença foi dado por seu descobridor, o cientista Carlos Chagas, em homenagem também a Oswaldo Cruz.  
A doença não é transmitida ao ser humano diretamente pela picada do inseto, que se infecta com o parasita quando suga o sangue de um animal contaminado, geralmente gambás ou pequenos roedores. A transmissão em si ocorre quando a pessoa coça o local da picada e as fezes eliminadas pelo barbeiro penetram pelo orifício que a picada deixou.
A transmissão pode também ocorrer por transfusão de sangue contaminado e por meio da gravidez. No Brasil, foram registrados casos da infecção transmitida por via oral nas pessoas que tomaram caldo-de-cana ou comeram açaí moído.
Entre os sintomas podemos citar febre, mal-estar, inflamação e dor nos gânglios, vermelhidão, inchaço nos olhos, aumento do fígado e do baço. Não é incomum que a febre desapareça depois de alguns dias e a doença passe aparentemente despercebida, muito embora o parasita já esteja alojado em seus órgãos.
Como nem sempre os sintomas são perceptíveis, o indivíduo pode saber que tem a doença anos depois de ter sido infectado, ao fazer um exame de sangue de rotina, por exemplo.
Meningite e encefalite são complicações graves da doença de Chagas na fase aguda, mas são raros os casos de morte.
O período de incubação vai de cinco a 14 dias após a picada e o diagnóstico é feito através de um exame de sangue, que deve ser prescrito, principalmente, quando um indivíduo vem de zonas endêmicas.
Ao cair na circulação, o Trypanosoma cruzi afeta os gânglios, o fígado e o baço. Depois se destina ao coração, intestino e esôfago.

Nas fases crônicas, pode haver destruição da musculatura e a consequente flacidez provoca aumento desses três órgãos, o que causa complicações como cardite chagásica (aumento do coração), megacólon (aumento do cólon) e megaesôfago, cujo principal sintoma é a regurgitação dos alimentos ingeridos.
Essas lesões são definitivas e irreversíveis. A doença de Chagas pode não provocar lesões importantes em pessoas que apresentem resposta imunológica adequada, mas pode ser fatal para outras.
A medicação é prescrita sob acompanhamento médico devido aos efeitos colaterais que provoca, e deve ser mantida por, no mínimo, um mês.
O medicamento costuma ser efetivo na fase aguda da doença, enquanto o parasita está circulando no sangue. Na fase crônica, não compensa utilizá-lo mais e o tratamento é direcionado às manifestações da doença a fim de controlar os sintomas e evitar as complicações.
Não existe vacina para a doença de Chagas, logo os cuidados devem ser redobrados nas regiões onde o barbeiro ainda existe, como no norte de Minas Gerais, e em algumas áreas do nordeste da Bahia. Outras recomendações como a lavagem cuidadosa da cana-de-açúcar antes da moagem e a mesma precaução deve ser tomada antes de o açaí ser preparado para consumo e as de que portadores do parasita, mesmo que sejam assintomáticos, não podem doar sangue devem ser seguidas.
Manter o inseto transmissor afastado do convívio humano é a única forma de erradicar a doença de Chagas.

Referências

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